São Paulo, domingo, 14 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

'Telecurso 2000' será avaliado

ANNETTE SCHWARTSMAN
DA REDAÇÃO

Há cinco meses no ar, o ``Telecurso 2000" é o primeiro produto da Fundação Roberto Marinho que terá seus resultados avaliados cientificamente. ``Antes só havia indicadores de empresas e instituições que adotavam o curso", conta Vilma Guimarães, gerente de educação da fundação e uma das estruturadoras do programa.
A determinação de sua eficácia será feita junto aos alunos das telessalas -salas de aula equipadas com televisão e videocassete e organizadas por empresas, associações, sindicatos e entidades.
O ``Telecurso 2000" custou US$ 43 milhões, pagos pelo sistema Fiesp e pela Fundação Roberto Marinho. A primeira foi responsável pela realização televisiva -para a qual contratou a produtora independente TVN. A segunda ficou com a parte pedagógica: contratação de professores e elaboração dos textos das aulas e livros, impressos pela editora Globo.
Ao todo são 1.140 programas -360 do 1º grau, 420 do 2º grau e 360 do curso profissionalizante em mecânica. Cada um é dividido em três fases. Atualmente está no ar a primeira fase do 1º grau.
O esquema de produção das aulas é tortuoso. Os professores produzem um texto básico, que é enviado à TVN. A produtora faz os roteiros e devolve-os para aprovação dos professores.
``É uma negociação palavra por palavra, pois temos que chegar a um acordo", explica Lacy Barca, gerente de produção do programa, que faz a ponte entre acadêmicos e profissionais de TV. O veredito final é dos professores.
A principal crítica que o programa recebe tem como alvo seu imediatismo. ``Em nome da urgência, a coisa é feita sem preparação, formulação. Se houvesse isso, os programas seriam muito melhores", diz Zélia Cavalcanti, consultora pedagógica do ``Castelo Rá-Tim-Bum". ``Qualquer projeto precisa ser pensado, por melhor que seja a equipe", conclui.
Para Cao Hamburguer, diretor ``Castelo", o ``Telecurso 2000" não encontrou o equilíbrio entre a ficção e o conteúdo educativo. ``Não é uma coisa nem outra".
A última crítica, endossada por todos, diz respeito ao horário de exibição do programa -às 6h20 na Globo.
``É uma decisão que não é nossa. Quem determina o horário é a Globo", diz Maria Helena Beltrão, coordenadora de programas educativos da Fundação Roberto Marinho.
A principal prova da inadequação do horário é que, quando vai ao ar na faixa das 13h45, pela Cultura, o ``Telecurso 2000" obtém médias de até dois pontos de audiência.

Texto Anterior: FRASES
Próximo Texto: Qualidade da Cultura é unanimidade
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.