São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 1995 |
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Expulsões do PDT ressuscitam proposta de fidelidade partidária
DA SUCURSAL DO RIO O PDT quer transformar o processo de expulsão de três deputados federais do partido em discussão sobre a proposta da volta da fidelidade partidária. O PDT pretende incluir essa proposta na pauta das reformas constitucionais.Na última quinta, o PDT decidiu excluir do partido os deputados Itamar Serpa (RJ), Cunha Lima (SP) e José Carlos Coutinho (RJ), que votaram a favor da emenda que elimina as diferenças entre empresas brasileiras de nacionais e de capital estrangeiro. Com a fidelidade, os parlamentares são obrigados a votar de acordo com as posições de seus partidos. A fidelidade transforma os mandatos em ``propriedade" do partido: um deputado perde o mandato caso troque de partido. O líder do PDT na Câmara, Miro Teixeira (RJ), afirmou que vem sendo obtido um ``consenso" no Congresso em torno da proposta de volta da fidelidade partidária. Segundo ele, a emenda interessa a todos. De acordo com Teixeira, a fidelidade facilitaria a definição dos partidos. O ex-governador Leonel Brizola, principal liderança do PDT, também defendeu a adoção da proposta em entrevista na última sexta-feira. Depuração A decisão de expulsar os três deputados reforçou a posição dos que defendem uma ``depuração" do PDT -a saída dos que não têm maiores compromissos com as posições do partido. ``As eleições nos alertaram para a necessidade de um maior rigor", afirmou o ex-deputado Neiva Moreira, dirigente nacional do PDT. ``Temos que ser mais exigentes com os princípios do partido. Muitos Estados estão tendo iniciativa de analisar este problema", disse. Uma falta de critérios do PDT para a admissão de filiados foi admitida até por Brizola. ``É possível que isso tenha ocorrido, que o PDT tenha sido pouco exigente", disse o ex-governador. ``A depuração é natural. As pessoas se excluem", disse Miro Teixeira. Segundo o líder da bancada da Câmara, a tendência de depuração não ocorre apenas no PDT. ``Isso é um sintoma da vida partidária de um modo geral." O ex-deputado federal Luiz Alfredo Salomão (RJ) afirma, porém, que o partido foi lento na expulsão dos três deputados. ``Depois das eleições eu já havia feito uma representação contra o Serpa, e a comissão de ética não fez nada. Espero que haja um maior rigor para o partido não virar uma `casa da Noca' (bagunça)", disse Salomão. Texto Anterior: Comentários no Brasil geraram receio Próximo Texto: Falta de consenso na CNBB faz 'progressistas' lançarem chapa Índice |
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