São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 1995
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Metroviários de São Paulo vão decidir hoje se retomam greve

DA REPORTAGEM LOCAL

Metroviários de São Paulo vão decidir hoje se retomam greve
Os metroviários de São Paulo realizam assembléia hoje, às 18h30, para decidir se retomam a greve que afetou a cidade durante três dias na semana passada.
A categoria, que tem cerca de 9.000 trabalhadores, quer que a direção do Metrô se comprometa a não recorrer da sentença do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) em instância superior.
Caso a empresa não assuma este compromisso, haverá nova paralisação e, a cada dia, 2,5 milhões de passageiros ficarão sem transporte.
O TRT concedeu 29,55% de reajuste salarial e 7% de aumento real dos trabalhadores, além de determinar a implementação de planos de carreira para os 5.500 funcionários das áreas de operação e manutenção.
A empresa ainda está avaliando o impacto dos gastos com mão-de-obra na planilha de custos.
Só depois disso, o Metrô vai anunciar se recorrerá ao TST (Tribunal Superior do Trabalho).
A cada dia de paralisação, o Metrô deixa de arrecadar cerca de R$ 1 milhão.
A greve também causa prejuízos indiretos, reduzindo o número de horas trabalhadas nas empresas da cidade e o volume de vendas.
Segundo a Associação Comercial, nos três dias de greve da semana passada caíram 10% as consultas ao telecheque.
Este serviço dá informações aos comerciantes sobre a situação bancária do consumidor.
Tarifa
O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico, já anunciou que haverá repasse de custos para a tarifa do Metrô, aumentando o bilhete pelo menos 30%.
Em São Paulo, o Metrô é controlado pelo governo do Estado.
Frederico afirmou que São Paulo não tem recursos para aumentar o subsídio à tarifa e evitar o reajuste do valor do bilhete.
Hoje, o que o Metrô arrecada cobre 95% de seus custos. Os outros 5% são bancados pelo Estado.
A meta do governo é zerar o subsídio até o fim de junho.
O presidente do Sindicato dos Metroviários, Wagner Gomes, defende justamente o oposto.
Para ele, o fim do subsídio -além de elevar a tarifa- vai piorar a qualidade dos serviços.

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