São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 1995
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Especialistas criticam Projeto Cingapura

DA REPORTAGEM LOCAL

A cidade de São Paulo não deve ter apenas um modelo de projeto habitacional para atender os moradores de favelas e cortiços. Esta foi a principal conclusão de um debate sobre o Projeto Cingapura de verticalização de favelas, que lotou o auditório da Folha na última quarta-feira.
Participaram do evento o secretário da Habitação do município, Lair Krahenbuhl, a professora de arquitetura da USP e ex-secretária da Habitação Ermínia Maricato, os vereadores Aldaíza Sposati (PT) e José Índio (PMDB) e o assessor do Centro Comunitário Jardim Autódromo, Beat Wehrle. A mediação do debate foi do jornalista Luís Nassif.
As discussões se polarizaram na paralisação, por ordem judicial, de 9.000 unidades habitacionais que estavam sendo construídas em mutirão na gestão Luiza Erundina.
A professora diz que o conceito de urbanização de favelas do Projeto Cingapura está ``correto, já que não transfere a população para outro local", mas disse estranhar que ``o maior projeto habitacional do país fez só 700 unidades". Segundo ela, ``a intenção do Cingapura é boa, mas ele é só intenção".
Segundo Krahenbuhl, a verticalização vai atingir todas as regiões de SP. Serão construídos 28.132 apartamentos em 72 meses, o que vai beneficiar 521 mil pessoas.
Os apartamentos serão vendidos aos favelados por cerca de R$ 7.500. Somente favelas com mais de 200 domicílios poderão ser verticalizadas. A primeira etapa vai verticalizar 15 favelas.
Para Beat Wehrle, o principal problema do projeto é a população não saber ``se vai continuar no barraco ou se mudar para o apartamento".
Outra crítica de Wehrle: ``É preciso levar em conta a participação popular. A prefeitura não está fazendo favor -a população vai pagar".

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