São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 1995 |
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Maluf ameaça acabar com cobradores
RICARDO RIBEIRO
``Se eles fizerem greve, abro licitação no mesmo dia para a instalação de catracas eletrônicas e pedirei às empresas que demitam os grevistas", disse Maluf. Uma das reivindicações dos 50 mil motoristas e cobradores é justamente o fim do programa de instalação das catracas eletrônicas. Vinte mil trabalhadores podem perder o emprego se o programa sair do papel. A prefeitura só não realizou a concorrência até agora porque houve problemas legais com o edital de licitação. Mas a diretoria da São Paulo Transporte S/A (ex-CMTC) quer começar a implantar as catracas eletrônicas ainda este ano. O programa não tem nenhuma relação com a greve. O prefeito afirmou que a possível paralisação de motoristas e cobradores é uma estratégia contra as reformas na Constituição e o Plano Real. E é articulada, segundo ele, por ``falsos dirigentes sindicais". Maluf garantiu também que o preço da passagem de R$ 0,50 não sobe até o final de maio. Mas não deu a mesma garantia para os meses seguintes. As empresas alegam que, para dar o reajuste pedido pelos funcionários, a passagem teria que custar R$ 0,65. O presidente do Transurb (sindicato das empresas), Maurício Lourenço da Cunha, disse na semana passada que as empresas vão mesmo atender à recomendação de Maluf e demitir os eventuais grevistas. Em uma greve anterior, a Justiça anulou as demissões que Maluf mandou fazer. Motoristas e cobradores têm data-base em 1º de maio. Pelo IPC-r (índice que mede a inflação), o reajuste é de 29,55%. Mas os trabalhadores estão reivindicando 44,55% de reajuste e 10% de aumento real. A reportagem procurou o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores, José Alves do Couto Filho para responder às declarações de Maluf. O sindicalista não foi localizado. Colaborou a Reportagem Local Texto Anterior: FRASES Próximo Texto: Dia das Mães leva 80 mil ao parque Ibirapuera Índice |
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