São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 1995
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Lojistas esperam retração

DA REPORTAGEM LOCAL

Passadas as vendas do Dia das Mães, vários setores da economia esperam um começo de retração da atividade econômica.
A avaliação é de que as medidas do governo de contenção ao consumo e ao crédito ainda não tiveram efeito pleno pelo fato de as lojas terem mantido suas compras junto a indústria para formar estoques para o Dia das Mães.
O ex-ministro da Fazenda, Mailson da Nóbrega, da MCM Consultoria, avalia que a queda das taxas de juro no mercado futuro aponta esta tendência. O governo, segundo ele, tende a reduzir um pouco os juros assim que a atividade econômica começar a esfriar.
Tobias Dryzun, dono da joalheria Dryzun, conta que fabricantes e lojistas de seu setor já começam a enfrentar problemas de crédito. ``O lucro da empresa varia entre 6% e 8%, mas é preciso pagar pelo menos 10% de juro e aí a conta não fecha."
Segundo ele, a restrição ao dinheiro já está chegando ao comércio, que também terá de reduzir os seus prazos para receber dinheiro dos clientes.
Francisco Mieli, presidente do Sindicato das Microempresas e Pequenas Empresas do Comércio do Estado de São Paulo, diz que os juros no mercado informal (fora dos bancos) passaram de 12% a 14% para até 18% em um período inferior a um mês.
``A tendência do comércio é reduzir agora os prazos das prestações ou passar a cobrar alguma taxa de juro no pré-datado", diz.
O receio do comércio, aqui, é de que uma redução nos prazos de pagamento tenha como consequência uma retração nas vendas.
Josélia Lima de Andrade, gerente da El-El Modas, diz que 70% de suas vendas são a prazo -cheques em até três vezes e cartão de crédito.

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