São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 1995
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Prova teve pouca disputa

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DO ENVIADO A BARCELONA

Ao contrário das etapas anteriores da temporada, o GP da Espanha de F-1 foi marcado pela monotonia e pela falta de ultrapassagens.
À exceção da última volta, quando Damon Hill e Rubens Barrichello perderam posições por falhas mecânicas em seu carros, em raros momentos houve alteração de posição na pista.
Até mesmo o esperado efeito do reabastecimento se tornou inócuo.
Sem contar a Benetton, a maioria dos outros times fizeram três paradas durante a corrida de forma mais ou menos sincronizada.
Quando o primeiro parava, já se sabia que os outros fariam o mesmo nas voltas seguintes, tornando o processo burocrático e sem alternativas.
O time de Michael Schumacher encontrou um acerto ideal para seus carros, lhe dando a opção de apenas duas paradas.
Ninguém mais obteve tal vantagem, que fez o alemão chegar cerca de 50 segundos à frente do companheiro, Johnny Herbert.
Se faltou à corrida emoção, sobrou talento para Schumacher e, segundo ele mesmo, ao seu time. Deram um show que, de tão grande, acabou ofuscando o próprio espetáculo.
Os raros momentos de tensão foram preenchidos com alguns princípios de incêndio imediatamente debelados -um na pista (quando David Coulthard parou) e outros dois nos boxes (Bertrand Gachot, da Pacific, e Taki Inoue, da Arrows).
Sem contar a inédita cena vivida por Herbert que, em sua segunda parada, arrancou com a alavanca utilizada como ``macaco" presa na traseira de seu carro.
Ela se soltou algumas dezenas de metros depois.
O próprio piloto não entendeu o que aconteceu. ``Quando saí, ouvi no rádio: `Pare, pare, pare'. Aí eu perguntei: `O quê?'. Então, responderam: `Vai, vai, vai"', contou Herbert mais tarde.
Resta saber se este regime será perpetuado nas próximas provas.
(JHM)

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