São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 1995
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Puro-sangue lusitano enfrenta o touro na arena

DO ENVIADO ESPECIAL

A chamada Revolução dos Cravos, que aconteceu em Portugal em abril de 1974 e destituiu a ditadura salazarista, acabou favorecendo a criação brasileira de andaluz.
``A revolução forçou o êxodo dos cavalos. O novo regime achava que os animais representavam a aristocracia e tentaram livrar-se deles", conta Fischer.
Foi a senha para os criadores brasileiros. Alguns, como Antonio de Toledo Mendes Pereira, atravessaram o Atântico e trouxeram para o Brasil ``algumas jóias" selecionadas em Portugal.
``Em 15 anos foram importados cerca de 1.000 cavalos puro-sangue lusitano", afirma Fischer.
Para o publicitário e criador em Boituva os importadores nacionais desempenharam um papel decisivo na história do andaluz.
``Eles foram responsáveis pela conservação do acervo genético da raça", diz.
Isso significa que a importação maciça possibilitou que o trabalho de seleção feito há centenas de anos pelos portugueses tivesse prosseguimento em outro país.
Esse trabalho correu o risco de ser abortado pela Revolução dos Cravos.
Hoje, Antonio de Toledo Mendes Pereira é o maior criador mundial de cavalo andaluz.
Touradas
Apaixonado pelas touradas portuguesas, Fischer explica a diferença das mesmas em relação às touradas da Espanha. Ele afirma, porém, que o andaluz sempre participou desse esporte nos dois países ibéricos.
Em Portugal, a raça puro-sangue lusitana tem a chance de provar que é mais funcional que a pura raça espanhola, segundo o publicitário.
``O emocionante em Portugal é que o toureiro passa o tempo todo montado e é ai que o puro-sangue lusitano mostra o quanto é versátil e principalmente corajoso", afirma Fischer.
Segundo ele, pouca gente sabe, mas nas touradas portuguesas o touro não é abatido no final.
``O animal fica sob o controle absoluto do toureiro. No final, ele é retirado da arena por um grupo que auxilia o toureiro".
Eduardo Fischer foi presidente da Federação do Cavalo Andaluz durante duas gestões. Ele deixou o cargo no ano passado.
``O mandato foi marcado pela divulgação maciça do andaluz como animal de função. Conseguimos alargar o mercado", diz.

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