São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 1995 |
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Manifestantes vaiam Ruth e jogam garrafa em seu carro
CYNARA MENEZES
O PT, que ciceroneava Ruth na visita, causando ciúmes nos políticos que apóiam o governo federal, negou participação e até condenou a manifestação contra a primeira-dama. ``Não foi nada envolvendo a CUT (Central Única dos Trabalhadores) ou o PT", disse o prefeito de Rio Branco, Jorge Viana (PT). ``Teria sido mais útil se eles viessem conversar conosco", afirmou. Marina A senadora Marina Silva (PT-AC), que convidou Ruth a visitar o Estado, também criticou o protesto. ``Cada um faz a política em que acredita. Eu acho que devíamos apresentar propostas e por isso estou aqui", disse. Os manifestantes -cerca de 50 pessoas- se identificaram como servidores públicos federais e militantes do PC do B. Cantavam ``dona Ruth, faz um favorzinho/Dá um simancol para o Fernandinho" e criticavam as privatizações propostas pelo governo. Ruth Cardoso disse que os manifestantes tinham ``todo o direito" de reclamar. ``Vivemos numa democracia. Se não houver violência, o direito de se manifestar é de todos", disse. Ela foi vaiada quando chegava ao auditório da prefeitura para participar de um encontro com prefeitos acreanos. Na saída, o carro foi atingido pela garrafa com água. Os manifestantes foram contidos pela segurança a um metro do veículo. A primeira-dama permaneceu conversando com o prefeito Viana, sentado ao seu lado no banco de trás do carro, enquanto os manifestantes gritavam palavras de ordem. Ela evitou olhar em direção ao grupo. Euforia petista A agenda quase exclusivamente petista da primeira-dama causou irritação nos políticos que apóiam o presidente Fernando Henrique. Ontem, tomou café da manhã no Pólo Agroflorestal de Rio Branco, assentamento idealizado pelo prefeito Jorge Viana, que não escondia o entusiasmo com Ruth. ``Ela é fantástica. Tem muito a ensinar aos ministros. Se eles a ouvissem mais, talvez o governo errasse menos", elogiava o prefeito. ``Eu senti nela uma grande sensibilidade", dizia a também petista Marina Silva. Enquanto isso, a deputada Célia Mendes (PPR-AC), com cara fechada, tentava transferir a autoria do convite para a visita de Ruth à primeira-dama Beatriz Cameli, mulher do governador Orleir Cameli, do PPR. Disputa ``A agenda foi idéia de Beatriz. A vinda da primeira-dama se deu graças a ela", dizia. A primeira-dama do Estado se manteve todo o tempo ao lado de Ruth, disputando espaço com o prefeito. Na saída da Casa Rosa Mulher -entidade de apoio a adolescentes envolvidas com prostituição, visitada por Ruth- Beatriz Cameli entrou rapidamente no carro e se sentou ao lado da primeira-dama, onde antes estava Jorge Viana. Texto Anterior: A diferença Próximo Texto: Betinho pede ao governo comida estocada Índice |
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