São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 1995
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Motoristas decidem manter estado de greve

DA REPORTAGEM LOCAL

Na mesma assembléia em que decidiram não parar hoje, os motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo resolveram manter a categoria em estado de greve (podem parar a qualquer momento).
Eles querem a garantia dos donos das empresas de ônibus de que não vão recorrer da decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), que determinou reajuste de 29,55% e aumento real de 7%.
A Folha apurou que os empresários devem recorrer da sentença por determinação do prefeito Paulo Maluf. ``Se no prazo de dez dias os empresários recorrerem ao TST (Tribunal Superior do Trabalho), nós entremos em greve", afirmou José Alves do Couto Filho, presidente do sindicato dos motoristas e cobradores.
Quando o recurso vai ao TST, as determinações do TRT são suspensas até que ele seja julgado, o que leva, em média, dois anos para ocorrer.
Os motoristas e cobradores reivindicavam 44,55% de reajuste e 10% de aumento real. Pela determinação da Justiça, o reajuste foi de 38,62% (7% sobre os 29,55%).
O TRT determinou ainda 90 dias de estabilidade no emprego, reajuste dos benefícios sociais com base no índice estabelecido e implantação, pelas empresas de ônibus, de plano de saúde para os empregados, em um prazo de 90 dias.
O julgamento no TRT começou às 19h e demorou 1h45. Cerca de 30 motoristas e cobradores acompanharam a sessão.
Após o julgamento, os sindicalistas se dirigiram ao sindicato, onde foi realizada a assembléia. Cerca de 1.500 pessoas, segundo os a direção do sindicato, participaram da votação. A categoria tem cerca de 50 mil membros.
``O reajuste não é o melhor, mas podemos nos considerar vitoriosos", disse Couto Filho.
As empresas de ônibus ofereciam reajuste de 30%. O advogado da Transurb (sindicato das empresas de ônibus), Alencar Rossi, disse que se reuniria com os diretores do sindicato para estudar se recorreriam da decisão do TRT ao TST (Tribunal Superior do Trabalho).

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