São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 1995
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Metrô recua e nova paralisação é descartada

DA REPORTAGEM LOCAL

A direção do Metrô recuou e desistiu de tentar suspender a sentença do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) junto ao TST (Tribunal Superior do Trabalho), afastando definitivamente a retomada da greve pela categoria.
Na semana passada, 95% dos 9.000 metroviários pararam o sistema durante três dias. O Metrô transporta 2,5 milhões de passageiros diariamente.
A empresa desistiu de recorrer da sentença do TRT, que concedeu 29,55% de reajuste e 7% de aumento real aos metroviários, nos próximos 15 dias depois da publicação da decisão no ``Diário Oficial".
O Metrô pode recorrer depois deste prazo, se entender que é o caso.
Na prática, os metroviários vão receber o reajuste determinado pelo TRT, porque o Tribunal Superior do Trabalho não tem prazo para julgar os recursos.

Assembléia
A decisão dos metroviários foi tomada durante assembléia no início da noite de ontem, na sede do sindicato da categoria, no Tatuapé (zona leste de São Paulo).
Segundo a diretoria do sindicato, a assembléia teve a participação de mil trabalhadores.
``A volta à greve aconteceria se o Metrô recorresse da sentença do TRT. Como o presidente do Metrô assinou um documento se comprometendo a não pedir efeito suspensivo ao TST, vamos continuar trabalhando normalmente", afirmou Wagner Gomes, 37, presidente do sindicato.
O secretário dos Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico, disse que o acordo com os metroviários não caracteriza um recuo do governo.
``Chegamos a um ponto intermediário. Nenhum dos dois queria greve", afirmou frederico. Segundo o secretário, ``se a greve fosse política, não haveria acordo."
Na semana passada, o governador Mário Covas (PSDB) disse que a greve tinha motivações políticas.
Até o momento, segundo o secretário, a empresa não sabe o impacto da decisão do tribunal em seus custos.

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