São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 1995
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Equipe da Copa América preocupa Zagallo

MARCELO DAMATO
ENVIADO ESPECIAL A TEL AVIV

O técnico da seleção brasileira, Mário Lobo Zagallo, não sabe como vai fazer a convocação para a Copa América, que começa no dia 13 de junho.
A definição só deve acontecer dois dias antes, no final da Copa Stanley Rous, na Inglaterra -quadrangular que conta também com as seleções de futebol da Inglaterra, Suécia e Japão.
O problema são os campeonatos estaduais. Eles só terminam após a convocação.
Os clubes que terão jogos decisivos depois dessa data prometem fazer pressão junto à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para não liberar ninguém.
A segunda fase do Paulista, por exemplo, começa 18 de junho e se estende até o final de julho, mês em que será disputada a Copa.
No Rio, a situação é mais tranquila. O campeonato vai até 18 de junho, três dias antes do início dos treinos dos convocados para a competição, que vai reunir 12 seleções no Uruguai.
Se houver, entretanto, pelo menos um jogo adiado, deve haver mais problemas para Zagallo.
``Por enquanto, não tenho nem idéia de quem vou poder chamar. Não está certo nem se poderia chamar dois jogadores de cada equipe", desabafou o técnico.
Zagallo apenas diz esperar que, até a convocação, algumas das equipes que possam ceder jogadores estejam eliminadas.
Mesmo assim, a convocação em São Paulo deve ser difícil.
Só Doriva, o terceiro nome de Zagallo para a posição de volante, joga por um time que não deve disputar a segunda fase, o XV de Piracicaba.
``É claro que esse não é o esquema ideal, mas tento aproveitar as convocações para abrir o leque de jogadores, já pensando no pré-olímpico."
Zagallo chegou a pensar em convocar apenas jogadores com menos de 23 anos -idade máxima para um jogador disputar a Olimpíada, com exceção de três atletas por time.
Teme, entretanto, que um possível fracasso da equipe possa prejudicar o seu trabalho e a preparação do time para os Jogos de Atlanta, no ano que vem.
Para a Copa América, Zagallo terá 15 dias para entrosar a seleção. O trabalho vai começar quase do zero, porque o técnico não tem um time-base.

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