São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995
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Lula admite vitória de FHC nas reformas

EMANUEL NERI
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O PT está convencido de que o governo já tem número suficiente de parlamentares para aprovar as reformas constitucionais. Prevê alguma dificuldade apenas em temas como petróleo, Previdência e reforma tributária.
Essa avaliação foi feita ontem pelo presidente do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-deputado petista José Dirceu acha que a frente de oposição contra as reformas reúne, no máximo, 150 dos 513 deputados federais.
O PT continuará participando da articulação contra as reformas. Lula participa, às 17h de hoje, em Brasília, do lançamento da Ação Parlamentar Brasil Soberano, que reúne os principais partidos de oposição.
Além de Lula, também participarão do ato o ex-governador fluminense Leonel Brizola (PDT) e o governador de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB). Os governistas estão chamando o ato de o ``último suspiro" contra as reformas.
Lula disse ontem que o governo montou um ``rolo compressor" semelhante ao ``Centrão" -grupo conservador suprapartidário que atuou durante o Congresso constituinte, em 1987 e 88.
``Do ponto de vista teórico, o governo tem número suficiente para fazer esse rolo compressor", disse Lula. Afirmou que o PT apresentará até sexta-feira sua proposta de mudanças na Previdência.
É a primeira vez que o PT reconhece que a batalha contra a privatização e a quebra de monopólio de estatais está praticamente perdida. Dirceu diz que o partido tem de ter ``serenidade" para reconhecer que está em desvantagem.
``O PT precisa reconhecer que vive um momento em que o governo tem força para aprovar o que quer", diz Dirceu, ex-secretário-geral do partido. Para ele, o partido tem de ``pensar sobre o que fazer" diante desse quadro.
Dirceu defende que o PT comece a discutir já os ``desdobramentos da reforma e o modelo que eles (o governo FHC) estão querendo implantar no país".

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