São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995
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Goffredo defende o idealismo na reforma

Advogado condena as pressões

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de ser homenageado pelo aniversário de 80 anos, ontem de manhã na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, o professor Goffredo da Silva Telles Jr. defendeu uma reforma constitucional livre dos interesses de grupos políticos ou econômicos.
Para o professor emérito da USP (Universidade de São Paulo), ``o que se pede do fundo do coração é que a reforma seja ditada pelo idealismo e não por interesses subalternos de um ou outro político".
No ano passado, Telles Jr. lançou a ``Segunda Carta aos Brasileiros", contra a frustrada tentativa de revisão da Constituição.
Na época, ele disse que a facilidade criada pela revisão para se mudar a Constituição levaria o poder econômico a alterá-la como quisesse.
A tentativa de revisão constitucional durou oito meses e produziu poucas alterações na carta. Entre quase 30 mil propostas apenas uma emenda foi promulgada -a criação do Fundo Social de Emergência (plano elaborado pelo então ministro Fernando Henrique Cardoso que retinha 20% dos impostos arrecadados pelo governo federal para programas emergenciais na área social).
Agora, diz Telles Jr., a situação é diferente. ``A reforma em andamento segue os mandamentos da Constituição, ao contrário daquela tentativa do ano passado".
Em 1977, ele coordenou a elaboração de um documento denominado ``Carta aos Brasileiros", considerado um dos marcos do processo de abertura política no Brasil ao pedir a volta do Estado de Direito e a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte
Autor de diversos livros, entre eles ``O Direito Quântico", ``A Criação do Direito" e ``A Democracia e o Brasil", ele participou diretamente na atividade política: foi deputado federal constituinte em 1946 e, aos 19 anos, foi suplente de deputado estadual.

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