São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995
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A manchete jurássica

Fernando Collor de Mello sempre fez questão ser o principal ``marqueteiro" de suas campanhas. Em 89, quando ganhou a Presidência, apreciava ditar as manchetes do boletim editado pelo seu comitê, em Brasília.
No meio da campanha, o quarto boletim já estava pronto quando Collor, nas ruas de Niterói, acabou enfrentando a ruidosa militância do PDT de Brizola.
Um manifestante exaltado atirou pedras contra o candidato. Mas acertou a cabeça do assessor de imprensa Cláudio Humberto, que foi parar em um hospital.
Ao desembarcar em Brasília, Collor teve uma reunião com o editor do boletim, José Natal. Indignado, o candidato não parava de chamar Brizola de medieval. O jornalista sugeriu:
- Temos que colocar isso no boletim. Mas é difícil conjugar uma crítica ao Brizola e a pedrada do Cláudio Humberto no título...
Os olhos de Collor brilharam:
- Aumente de 500 mil para um milhão a tiragem do boletim porque já sei a manchete. Escreve aí: ``Brizola na idade da pedra".

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