São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995 |
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Conselho revê laudos que encobriam tortura
GEORGE ALONSO
Ao todo, segundo o Grupo Tortura Nunca Mais e a Comissão de Justiça e Paz, 66 médicos-legistas são acusados de terem adulterado ou omitido dados importantes sobre presos mortos, sob tortura, pela polícia política. A denúncia sobre a atuação desses médicos foi feita em 1990. O processo que se inicia hoje envolve o médico legista Pérsio José Ribeiro Carneiro, que atestou a morte de Joaquim Alencar de Seixas, preso em 16 de abril de 1971, junto com sua família (mulher e três filhos). Segundo a denúncia, ele morreu às 17h do dia 17, na sede da Oban (Operação Bandeirantes), organização repressiva não-oficial (embora vinculada às Forças Armadas) financiada por empresários. Na ocasião, a morte de Joaquim Seixas foi oficialmente anunciada como consequência de tiroteio. Ele integrava o Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), pequeno grupo de esquerda cuja atuação se restringia a São Paulo. Ivan, filho de Joaquim, também preso (aos 16 anos) e torturado contou ontem que ouviu, na manhã de 17 de abril de 71, diálogo de torturadores: ``De quem é esse presunto? Esse é o Roque". Roque era o apelido de Joaquim no MRT. Procurado pela Folha, o médico Pérsio Carneiro não respondeu aos telefonemas. Texto Anterior: Câmara sugere intervenção na Esca Próximo Texto: PFL quer lançar Tuma à Prefeitura de SP Índice |
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