São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Greve deixa 650 mil sem transporte no ABCD
DA FOLHA ABCD; DA REPORTAGEM LOCAL A greve dos motoristas e cobradores de ônibus do ABCD (Grande São Paulo) deixou a pé cerca de 650 mil pessoas e provocou congestionamento nas principais avenidas da região. A paralisação começou à meia-noite de ontem.Os motoristas e cobradores de empresas municipais e particulares reivindicam reposição salarial de 45% mais aumento real de 10%. Até as 18h de ontem, o julgamento da greve e do dissídio pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) não havia terminado. A população teve que recorrer a peruas Kombi usadas como lotação para se dirigir ao trabalho. As Kombis transportavam de 12 a 15 pessoas por trajeto. O preço cobrado variou de R$ 1,00 a R$ 2,00. O ônibus custa R$ 0,60. As principais avenidas da região ficaram congestionadas das 7h às 10h30. Segundo a Polícia Militar, o volume de trânsito foi o dobro do normal. A PM trabalhou com 70% a mais do que a equipe normal de fiscalização de trânsito. A polícia não registrou piquetes na região. A ocorrência mais grave foi a quebra de vidros de um trólebus da EMTU. Não houve feridos. ``Paguei R$ 2,00 para andar em uma Kombi cheia de garrafas no chão", diz Terezinha Barbosa, 42, que mora em Santo André e trabalha em uma montadora em São Bernardo. A greve dos condutores foi decidida na noite de terça-feira, na sede do Sindicato dos Condutores Rodoviários do ABCD. Durante a assembléia, a categoria decidiu não aceitar a proposta oferecida pelas empresas públicas. A ETC-SBC (Empresa de Transporte Coletivo de São Bernardo do Campo) e a ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema) propuseram 29,55% de reposição salarial pelo IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor em real). As empresas também ofereceram 3% de produtividade a partir de 1º de maio e 3,5% a partir de 1º de julho. Os condutores não aceitaram a proposta. ``Poderíamos até ter negociado, mas não aceitamos porque não se tratava de uma proposta conjunta", diz Waldir Teixeira, tesoureiro do sindicato. Guarulhos Até as 18h30 de ontem, os motoristas e cobradores de ônibus de Guarulhos (Grande São Paulo), reunidos em assembléia, não haviam decidido se continuariam hoje em greve, iniciada à 0h de ontem. Segundo o sindicato, a paralisação foi de 100%. A categoria reivindica 44,5% de aumento salarial e as empresas oferecem 34,73% de reajuste. Texto Anterior: Agricultor passa 13 anos preso a correntes Próximo Texto: Categoria também faz paralisação em Votorantim Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |