São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995
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Banco Central cancela leilão de títulos

RODEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O BC (Banco Central) decidiu cancelar ontem o leilão de BBCs (Bônus do Banco Central), por causa da ausência de vencimentos de títulos e variações expressivas nas taxas de juros.
A meta inicial do BC era de alongar o prazo dos BBCs de 28 dias para 42 dias. A autoridade monetária acreditava ser o momento adequado, já que não havia a necessidade ontem de colocação de novos papéis, por causa da inexistência de pagamentos ontem.
No leilão, as instituições financeiras fizeram propostas de compras de BBCs, exigindo taxas altas. O Banco Central não aceitou e cancelou o leilão.
No mercado internacional, os títulos da dívida externa apresentam tendência de alta, após a vitória de Menem nas eleições na Argentina.
João Guilherme Menezes, diretor internacional do Banco Pontual, diz que a vitória deu mais credibilidade aos papéis da América Latina, uma vez que os investidores percebem esforços das economias emergentes no sentido de controlar a inflação.
As entradas de dólares estão superando as saídas. O saldo acumulado total no mês até o dia 13 atingiu US$ 966,35 milhões.
O BB (Banco do Brasil) está ampliando a compra de dólares nos últimos dias. O BB informa que as compras são ``normais" e não se relacionam ao pagamento de eurobônus da instituição, que vencem no próximo dia 19 no valor de US$ 200 milhões.
As Bolsas de Valores estão registrando baixa, por causa das notícias de dificuldades de empresas em cumprirem seus compromissos e da ausência de novo dinheiro externo.
O índice da Bolsa paulista fechou ontem com baixa de 1,51%. O índice Senn (Rio) fechou com queda de 1,1%.
(Rodney Vergili)

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,156%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 5,67% para 30 dias úteis, projetando rendimento de 4,25% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 5,72% ao mês, com rendimento de 4,29% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 4,1015%. CDBs prefixados de 31 dias negociados ontem: entre 36% e 61% ao ano. CDBs pós-fixados de 153 dias: entre 13,5% e 14% ao ano mais TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,92% ao mês, projetando rentabilidade de 5,23% no mês. Para 31 dias (capital de giro): entre 75% e 137% ao ano.

No exterior
Prime rate: 9% ao ano. Libor: 6,06% ao ano

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 1,51%, fechando com 38.351 pontos e volume financeiro de R$ 230,48 milhões. Rio: queda de 1,1%, encerrando a 18.253 pontos e movimentando R$ 24,79 milhões.

Bolsas no exterior
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou com 4.435,05 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 16.388,90 pontos ontem. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.509,90 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,889 (compra) e R$ 0,890 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,889 (compra) e por R$ 0,891 (venda). ``Black": R$ 0,874 (compra) e R$ 0,880 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,880 (compra) e R$ 0,885 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,870 (compra) e R$ 0,905 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,18%, fechando a R$ 10,90 o grama na BM&F.

Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até 13 de maio foi positivo em US$ 793,37 milhões. As entradas financeiras superaram as saídas de dólares em US$ 172,98 milhões. O saldo total está positivo em US$ 966,35 milhões.

No exterior
Segundo a ``UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5695 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,4418 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 86,46 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 384,90.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para maio fechou a 4,25% no mês e para junho a 3,86% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para junho ficou a 39.000 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para maio fechou a R$ 0,902 e a R$ 0,922 para junho.

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