São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995
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Fiesp pede a Malan fim de taxas 'surrealistas'

DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) vai levar ao ministro Pedro Malan (Fazenda) ainda esta semana sugestões para a queda imediata dos ``juros surrealistas" no país.
Ao anunciar ontem a iniciativa da Fiesp, o presidente da entidade paulista, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, disse que o Brasil só perde para o México e a Rússia o ``campeonato mundial da usura".
Segundo Moreira Ferreira, as dificuldades com a taxa de juros são a razão para as concordatas da empresa industrial Brosol, na semana passada, e da rede varejista de eletroeletrônicos Casa Centro (leia textos acima).
O presidente da Fiesp disse que a entidade está elaborando sugestões para ``medidas urgentes na área dos juros, retomada dos investimentos e comércio exterior".

Gastos públicos
A política de juros altos praticada pelo BC (Banco Central) está fazendo uma vítima: o próprio setor público (União, Estados e municípios), que gastou, em 94, R$ 20,6 bilhões em despesas com as dívidas interna e externa.
Esses recursos equivalem ao triplo dos gastos do governo federal com a saúde (R$ 7 bilhões).
Os constantes cortes na área social em 94 permitiram ao setor público ter superávit primário (receitas maiores que despesas, excluídos os juros) de R$ 26,39 bilhões.
A Folha apurou que a equipe econômica já trabalhava com a hipótese de um superávit primário recorde em 1994, mas retardou sua divulgação para evitar protestos contra os cortes orçamentários.
O BC deverá divulgar esses números nos próximos dias.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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