São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995
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Crise derruba técnico do Palmeiras

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO; ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL*

O técnico Valdir Espinosa foi demitido do Palmeiras.
A decisão foi tomada por dirigentes do Palmeiras e da Parmalat -patrocinadora do clube- anteontem à noite.
O vice-presidente de futebol do clube, Seraphim del Grande, justificou a demissão do treinador, dizendo que o ambiente no Palmeiras era ``tenso" e os jogadores não estavam com a ``cabeça no lugar" para jogar bem.
``Infelizmente futebol depende de resultados. E os resultados não vinham sendo positivos. A situação ficou irreversível", acrescentou del Grande.
O Palmeiras completou seis jogos sem vitória no Campeonato Paulista com a derrota de domingo, para o Santos.
Seraphim del Grande negou que as críticas de Espinosa ao ataque do Palmeiras tenham causado sua demissão, mas admitiu que ficou descontente com os comentários.
``Contratar não é fácil. Estamos tentando. Mas não dá para criticar um time com cinco jogadores na seleção", afirmou.
O diretor de esportes da Parmalat, José Carlos Brunoro, lamentou a saída de Espinosa.
``Nós, da Parmalat, somos contra a troca de técnicos. Mas, desta vez, não deu para evitar", disse.
Nos três anos em que a empresa patrocina o Palmeiras, quatro treinadores passaram pelo clube: Nelsinho Batista, Otacílio Gonçalves, Wanderley Luxemburgo e Valdir Espinosa (o único demitido).
Espinosa não se despediu dos jogadores. ``Sou muito emotivo. Não gosto de despedidas. Com certeza acabaria chorando", explicou, ontem pela manhã.
Márcio Araújo, que comandava os aspirantes, assume a equipe interinamente. Ele dirige o Palmeiras no clássico do próximo domingo contra o Corinthians.
O preparador físico Luís Inarra continua no clube.

*Colaborou Arnaldo Ribeiro, da Reportagem Local

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