São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995
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Sistema digital compara sons

TIM THWAITES
DA ``NEW SCIENTIST"

Durante os anos de universidade, dois físicos australianos ganharam a vida tocando jazz.
Agora, estão pagando sua dívida para com a música com um dispositivo que ajuda quem fabrica instrumentos musicais no aperfeiçoamento do som de produtos.
Joe Wolfe e John Smith, da Universidade de Nova Gales do Sul, apresentaram sua invenção durante reunião da Sociedade Australiana de Acústica, em Canberra, em novembro do ano passado.
O dispositivo permite que o construtor ajuste o instrumento de modo a retirar dele sons próximos dos produzidos pelos melhores instrumentos de sua espécie.
A qualidade de som de um violino em construção pode ser comparada à de um Stradivarius (violino produzido nos séculos 17 e 18 e considerado como o de melhor som), à medida que cada lasca de madeira vai sendo aparada.
O dispositivo mede as vibrações do instrumento em resposta a um sinal eletrônico de teste.
Esse sinal é constituído de frequências, ou tons, que reproduzem a extensão correspondente ao instrumento em questão. Transmitido para o bocal de um instrumento de sopro ou para a ponte de um instrumento de cordas, o sinal faz com que o instrumento vibre.
As vibrações são captadas por um sensor de pressão e processadas por computador enquanto as frequências são dispostas em um gráfico. Essa ``impressão digital" acústica pode então ser comparada à ``impressão" de um instrumento de boa qualidade.
Como o dispositivo representa visualmente as propriedades acústicas, Wolfe diz que ele poderá ajudar pessoas surdas a aprender a falar.
Os surdos têm dificuldade de falar porque não conseguem ouvir como as flexões de suas cordas vocais afetam o som que produzem. Com o dispositivo, poderão comparar gráficos de fala normal com seus próprios padrões de fala.

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