São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ritmo de reforma divide governo argentino

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

A equipe do ministro da Economia da Argentina, Domingo Cavallo, está dividida sobre a forma de executar o fechamento de 40 bancos que estão abertos, mas que não conseguem pagar seus compromissos em dia (insolventes).
Cavallo reuniu-se durante quase todo o dia de ontem com seus principais assessores para definir como será o reordenamento do sistema bancário e a realização de novos cortes no orçamento.
O presidente do Banco Central, Roque Fernández, defendeu ontem fechamento gradual dos bancos.
Já o secretário de Finanças, Bancos e Seguros, Roque Maccarone, avalia que o governo deve aproveitar o respaldo popular obtido pela reeleição do presidente Carlos Menem para reestruturar rapidamente o sistema bancário, ganhando a confiança dos investidores.
Cavallo evitou falar com a imprensa. Limitou-se a dizer que a arrecadação de impostos deixará de cair a partir deste mês.
Segundo ele, apenas em maio se sentirá nos cofres federais o efeito do aumento de impostos, adotado a partir de abril.
O mercado financeiro está nervoso e impaciente na expectativa das medidas para o setor bancário, que foram adiadas por causa das eleições. A Bolsa de Valores fechou ontem com queda de 2,88%.
O presidente da Bolsa de Valores de Buenos Aires, Julio Machi, afirmou ontem que os investidores estão ansiosos em relação ao conjunto de medidas que Cavallo terá que implementar -reforma bancária, corte de gastos, reforma e administrativa.
``Eu creio que o mercado vai exigir que se leve adiante todas as medidas pendentes", observou Machi.
Mesmo com a indefinição de Cavallo sobre a reforma bancária, o governo empreendeu ontem uma operação para tentar tranquilizar o mercado financeiro.
O secretário de Programação Econômica, Juan Llach, disse que a inflação de maio será inferior a 0,5%. O índice total acumulado de 95 deve ficar em torno de 4%.
O Banco Nación (equivalente ao Banco do Brasil) divulgou dados otimistas sobre a volta de depósitos ao sistema financeiro após as eleições de domingo.

Texto Anterior: Mitterrand deixa Presidência hoje
Próximo Texto: Bordón pode deixar Senado
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.