São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995
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Receita de "quibada"

Tudo começou há um mês numa casa que já foi do Itamaraty. Novo dono, o Unibanco convidou parlamentares para jantar. O banco é a favor da emenda que quebra o monopólio estatal nas telecomunicações e sócio da empreiteira Odebrecht em empresa no setor.
O deputado Beto Mansur (PPR) se impressionou com a luxuosidade da casa do Unibanco e sugeriu para o colega Maluly Neto (PFL):
- Ô Maluly! Por que você não faz uma ``quibada" aqui?
Na última terça, saiu a ``quibada". Mais de 50 políticos compareceram para comer os famosos quibes oferecidos por Maluly.
Sem aviso prévio, os donos da casa iniciaram, na festa, uma palestra em favor da quebra de monopólio nas telecomunicações. Preocupados com a imagem, alguns deputados saíram logo dali.
Na porta, Heráclito Fortes (PFL-PI), que chegava, encontrou Nelson Marchezan (PPR-RS), que saía com cara de poucos amigos.
- Que é isso, Marchezan? O quibe não está bom, não?
- O quibe está bom. Mas, com certeza, será muito indigesto.

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