São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995
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Alencar pede 'resposta imediata aos crimes'

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O governador do Rio Marcello Alencar (PSDB) determinou ao novo secretário da Segurança Pública, Nilton Cerqueira, ``uma resposta imediata" à criminalidade, a fim de mostrar a presença do Estado nos conflitos entre quadrilhas.
Alencar disse que esta atuação obedecerá à legislação vigente, mas fez ressalvas.
``Este é um teste para a democracia. A democracia permite adaptar leis às realidades que se forem constatando e se formando", disse o governador.
Com esta nova estratégia, o governo do Estado tenta apagar a imagem de inoperância que marcava a gestão do ex-secretário Euclimar da Silva.
Silva deixou o cargo por discordar da extinção da DAS (Divisão Anti-Sequestro), determinada pelo governador. Alencar teria se irritado com críticas de famílias de sequestrados a supostas falhas da DAS na apuração de casos.
O governador quer que o novo secretário se esforce para dar à sociedade a impressão de que a polícia é atuante.
Empenhado na implantação desta estratégia, o governador comparou Cerqueira a um ``combatente sem nenhuma timidez ao enfrentar problemas grandiosos".
A comparação foi uma referência velada ao jeito discreto de Euclimar da Silva. Tímido, Silva não conseguia fazer com que policiais cumprissem suas ordens.
Após se encontrar no palácio Guanabara (sede do governo) com o governador, Cerqueira foi para a secretaria, onde anunciou que seu maior objetivo será ``a presença da polícia nas ruas".
Ele afirmou que as favelas não deverão ser ocupadas por policiais de modo permanente.
``Nos recusamos a imaginar que favela seja área exclusiva de marginais. A maior parte das pessoas das favelas são necessitadas, que vivem sob o império da marginalidade. Queremos tirá-las do domínio dos marginais", afirmou.

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