São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995
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Medo de calote segura a alta da Bolsa

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Medo de calote segura a alta da Bolsa
A expectativa inicial do mercado acionário era de fortes altas. A pressão para baixo ocorreu, por causa de boatos de novas quebras de empresas, principalmente do setor de construção civil.
O índice da Bolsa paulista (Bovespa) fechou com alta de 1,1% e o indicador Senn (Rio) subiu 0,8%.
Os investidores estrangeiros passaram a vender ações, logo no início dos negócios. Os aplicadores locais deram, no entanto, continuidade ao processo de compra e o índice Bovespa acabou registrando alta.
Há preocupação dos investidores estrangeiros com a continuidade nas greves, os atrasos nos pagamentos de empresas brasileiras e mesmo com a queda da Bolsa de Nova York.
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York registrou ontem forte queda (1,85%), fechando a 4.340,64 pontos.
Analistas internacionais preocuparam-se com a baixa ontem na Bolsa de Nova York, que poderá significar o início de uma realização de lucros (ganhos) pela venda de ações, após alta de mais de 600 pontos neste ano.
As taxas de juros no mercado futuro que vinham registrando processo de queda desde o início do mês pararam de cair e chegaram mesmo a subir. O mercado futuro de juros (DI) para este mês passou de 4,23% no dia anterior para 4,25% ontem.
A mudança no comportamento do mercado foi explicada por declarações do ministro Pedro Malan de que os juros não vão cair agora.
No mercado do dólar, as cotações ficaram estáveis durante todo o dia de ontem. O saldo total de câmbio (comercial e financeiro) atingiu US$ 1,2 bilhão este mês até o último dia 17.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,154%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 5,67% para 30 dias úteis, projetando rendimento de 4,25% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 5,71% ao mês, com rendimento de 4,28% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,9520%. CDBs prefixados de 32 dias negociados ontem: entre 32% e 54,8% ao ano. CDBs pós-fixados de 123 dias: entre 13% e 13,8% ao ano mais TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ( "hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,94% ao mês, projetando rentabilidade de 5,24% no mês. Para 32 dias (capital de giro): entre 66% e 122% ao ano.
No exterior
Prime rate: 9% ao ano. Libor: 6,06% ao ano

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 1,10%, fechando com 40.080 pontos e volume financeiro de R$ 253,48 milhões. Rio: elevação de 0,8%, encerrando a 18.953 pontos e movimentando R$ 30,63 milhões.
Bolsas no exterior
En Nova York, o índice Dow Jones fechou com 4.340,64 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 16.312,56 pontos ontem. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.499,20 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,889 (compra) e R$ 0,890 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,889 (compra) e por R$ 0,891 (venda). "Black"; R$ 0,873 (compra) e R$ 0,883 (venda). "Black" cabo: R$ 0,884 (compra) e R$ 0,888 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,870 (compra) e R$ 0,905 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,37%, fechando a R$ 10,95 o grama na BM&F.
Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até 17 de maio foi positivo em US$ 928,26 milhões. As entradas financeiras superaram as saídas de dólares em US$ 279,73 milhões. O saldo total está positivo em US$ 1,2 bilhão.
No exterior
Segundo a "UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5635 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,4440 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 87,20 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 383,70.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para maio fechou a 4,25% no mês e para junho a 3,92% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para junho ficou a 41.000 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para maio fechou a R$ 0,901 e a R$ 0,920 para junho.

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