São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995
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Déficit dos EUA com o Japão cresce 30%

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O déficit da balança comercial dos EUA com o Japão aumentou 30% no mês de março em relação a fevereiro. Com o México, o déficit norte-americano cresceu 36% e foi o maior da história.
Os números foram divulgados ontem pelo Departamento do Comércio dos EUA e são interpretados como novos argumentos para o governo Clinton aplicar sanções comerciais contra o Japão.
Apesar dos resultados negativos do comércio dos EUA com Japão e México, o déficit total da balança comercial norte-americana foi um pouco menor em março (US$ 9,12 bilhões) do que havia sido em fevereiro (US$ 9,15 bilhões).
Mesmo assim, os números da balança comercial dos EUA no primeiro trimestre projetados para todo o ano de 1995 indicam a possibilidade de um déficit recorde: US$ 120,86 bilhões (contra US$ 106,57 bilhões em 1994).
O principal motivo para o aumento do déficit com o Japão foi o aumento de importações de automóveis e peças japonesas.
No primeiro trimestre de 1995, os EUA importaram US$ 10,4 bilhões do Japão em automóveis e peças e exportaram US$ 1 bilhão desses produtos para o Japão.
Devido a essa diferença, o governo dos EUA resolveu impor tarifas adicionais de importação sobre 13 modelos de carros japoneses se os dois países não chegarem a um acordo até 28 de junho.
O aumento do déficit comercial dos EUA com o Japão ocorre apesar da desvalorização do dólar diante do iene japonês, o que, em princípio deveria beneficiar as exportações dos EUA para o Japão.
Com o México, os EUA tiveram em março o seu maior déficit comercial da história: US$ 1,71 bilhão. Os problemas econômicos do México, inclusive dramáticas desvalorizações de sua moeda, o peso, provocaram essa situação.
Os números comerciais dos EUA em março só foram positivos com a Coréia do Sul, Cingapura e Formosa.
Os EUA não registravam superávit comercial com esses três países desde abril de 1981.

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