São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995
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Protesto contra governo termina em conflito

LUCIANA CAMARGO
DA FOLHA SUDESTE

Terminou em pancadaria um protesto envolvendo aproximadamente mil pessoas, ontem, entre empresários e trabalhadores do setor têxtil da região de Americana (133 km a noroeste de São Paulo) contra o governo federal.
Os manifestantes, acompanhados de vereadores e do prefeito de Americana, Frederico Pollo Muller (PSDB), tentaram parar o trânsito da rodovia Anhanguera, no km 120, e acabaram entrando em confronto com a Polícia Militar.
A PM retirou os manifestantes da pista com o uso de cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo. Os manifestantes reagiram com pedras e pedaços de pau. Houve pelo menos sete feridos; entre eles, o prefeito e o presidente da Câmara, Flávio Biondo (PSDB).
A manifestação foi organizada em sinal de protesto contra a negativa do governo de negociar um aumento nas alíquotas (taxas de importação) dos tecidos sintéticos importados da Ásia.
Os empresários do setor vêm reivindicando junto ao governo federal que a alíquota de importação passe de 16% para 70%.
Segundo os empresários, a concorrência de preço dos tecidos importados provoca a falência de indústrias e desemprego no pólo têxtil da região, que engloba, além de Americana, as cidades de Sumaré, Santa Bárbara e Nova Odessa.
Muller disse que foi atingido nas costas por um cassetete que lhe causou um hematoma. O prefeito considerou a atitude exagerada. pois, segundo ele, os organizadores da manifestação já tinham conversado com a polícia antes.
Ontem, a Abravest (Associação Brasileira do Vestuário) divulgou nota pedindo medidas imediatas do governo contra países e produtos praticantes de ``dumping" (concorrência desleal) no setor.

Colaborou a Redação

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