São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995
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Quem foi Antônio Bandeira

DA REPORTAGEM LOCAL

Antônio Bandeira salvou-se da sina de que artista pobre vira pintor primitivo por uma tradição popular nordestina -a que diz que o filho mais novo deve ser doutor.
Sétimo filho de um ferreiro, Bandeira nasceu em 1922 em Fortaleza, onde estudou no Colégio Cearense do Sagrado Coração.
Estudou desenho na infância com uma certa dona Mundinha, copiando estátuas gregas e paisagens de folhinha.
Descobriu o impressionismo, movimento do final do século passado que fugia do realismo fotográfico, com um grupo de pintores de Fortaleza do qual fazia parte Aldemir Martins.
Bandeira dizia que aos domingos o grupo ia para os arredores da cidade ``fazer impressionismo".
Suas primeiras telas trazem os borrões do expressionismo, corrente do início do século que tentava retratar as angústias psicológicas com pinceladas selvagens.
Seus estudos mais formais aconteceram em Paris. Em 1954, estudaria também na Itália, onde foi depois de ganhar um prêmio na 2ª Bienal de São Paulo.
A maior influência do pintor, segundo ele próprio, foi a forja do pai: ``Da fundição de meu pai aprendi misturas que nem suspeitava; vendo derreter ferro ou bronze, aprendi muito".
Bandeira recusava o rótulo de abstrato. Dizia pintar uma realidade que nem todos notavam.
Afirmava que não sofreu influência de Wols, um dos artistas do abstracionismo francês. Contava que havia tanta afinidade entre os dois que ela chegava às telas.

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