São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995 |
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Marca chilena Viña Canepa chega ao Brasil
JORGE CARRARA
Ela não tem a mesma origem que a maioria das vinícolas chilenas, fundadas no século passado por aristocratas descendentes dos colonizadores espanhóis, que entraram no ramo quase por hobby. A Canepa foi criada em 1930 por um italiano, José Canepa Vaccarezza, proveniente de uma família com experiência na vitivinicultura na província de Liguria. Don José chegou ao Chile em 1914, desembarcando em Valparaíso, onde começou a trabalhar no comércio de bebidas alcoólicas, à época nas mãos dos italianos. A prosperidade nos negócios o levou a comprar terras (consideradas áridas, mas que ele tornou produtivas) para plantar videiras. A visão do imigrante resultou na Viña Canepa -ainda uma empresa familiar comandada por seus descendentes-, que tem hoje cerca de 450 hectares de vinhedos e possui uma moderna cantina perto de Santiago, construída na década de 80. Entre os vinhos que desembarcaram por aqui -com boa relação preço/qualidade-, há um bom branco, ligeiro e nervoso, o Classico 92, corte de uvas Semillon e Sauvignon Blanc, de boa acidez, aroma bem marcado por madeira e toques cítricos e de especiaria. O aroma cítrico se repete no Novísimo Encina Francesa 93, um Chardonnay. Ele tem acidez marcante e foi fermentado em barris de encina (carvalho), aos quais deve os sabores de cravo e baunilha que envolvem leve fruta. Entre os tintos, outro Novísimo da série Encina Francesa, o Cabernet Sauvignon 92, impressiona tanto pelo seu corpo e textura (dada por taninos finos) como por seu paladar de fruta (cassis), bem complementado por matizes de carvalho, que mostra uma elegância rara num vinho do seu preço. Texto Anterior: RODÍZIO Próximo Texto: Japonês vence concurso de sommeliers Índice |
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