São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
'Confessionário' rouba a cena
AMIR LABAKI
O cineasta estréia no cinema depois de meteórica carreira como diretor de teatro ("O Polígrafo", "Macbeth"). Talento é talento e "O Confessionário" é a prova. As filmagens de "A Tortura do Silêncio" (1953) por Alfred Hitchcock em Quebec servem de contraponto para a trágica história da família Lamontagne.] Escândalo Dois níveis temporais se articulam, muitas vezes na mesma cena. Em 1989, Pierre Lamontagne (Lothaire Bluteau) volta para casa a fim de enterrar o pai depois de três anos na China. Descobre seu irmão adotivo, Marc (Patrick Goyette), torturado pelas dúvidas sobre o nome de seu verdadeiro pai. Sua mãe de fato, a jovem Rachel, tia de Pierre, é o eixo central da trama em 1952. Faxineira num convento, aparece grávida para escândalo da ultracatólica cidade. Pior: corre o boato de que seu amante é um jovem padre. A chave do segredo passa pelo mesmo confessionário que serve de elemento central para a trama de Hitchcock. Ele está lá como mito e como personagem, na pele do sósia Ron Burrage. Roteiro A bela articulação do roteiro é combinada por uma inteligência de composição do quadro. Lepage sabe posicionar e movimentar a câmera de forma a reorientar a expectativa do público. Escolheu e dirigiu seu elenco com natural competência. Texto Anterior: Shinoda revela herança de Ozu Próximo Texto: Antunes leva disco solo ao Jazzmania Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |