São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995
Próximo Texto | Índice

Chirac nega recuo francês na UE

ANDRÉ FONTENELLE
DE PARIS

O novo presidente da França, Jacques Chirac, tentou dissipar ontem, durante um encontro com o chanceler alemão Helmut Kohl, os temores de um recuo francês na União Européia.
Os dois se encontraram em Estrasburgo, 490 km a leste de Paris. ``Mudam os homens, mas o elo franco-alemão não muda", disse Chirac (veja texto nesta página).
Os dois se chamaram pelos primeiros nomes, como Kohl já fazia com Miterrand. Referiram-se a seus países como ``amigos velhos, de longa data".
``Não há possibilidade de a França adotar uma política monetária que não esteja de acordo com os objetivos da União Européia", acrescentou Chirac após o encontro.
Em campanha, Chirac deixara dúvidas quanto à sua intenção de dar continuidade à política ``pró-européia" de seu antecessor, François Mitterrand.
Juppé
O novo premiê, Alain Juppé, que tomou posse ontem, prometeu ``guerra ao desemprego", que atinge 12,2% da população ativa na França. Já na próxima semana, deve ser anunciado um pacote.
Juppé, 49, anunciou ontem seu ministério, sem surpresas. Ele privilegiou os raros políticos que apoiaram Chirac desde o início da campanha eleitoral.
Seu gabinete tem 42 membros, entre ministros e secretários de Estado (com status de ministro), número bem superior aos 29 de seu predecessor, Edouard Balladur.
Chirac prometera um governo ``restrito", mas os compromissos de campanha levaram ele e Juppé a criar novos ministérios.
Alguns têm nomes estranhos, como o ministério da Solidariedade entre Gerações e o da Integração e Luta contra a Exclusão.
Os aliados de Balladur na eleição presidencial praticamente desapareceram do governo.
Há dez ex-ministros de Balladur no gabinete -incluindo o próprio Juppé-, mas, destes, apenas quatro não apoiaram Chirac na eleição.
Juppé respeitou o equilíbrio entre os dois grupos que formam a maioria na Assembléia Nacional, a RPR (Reunião Pela República, direita) e a UDF (União pela Democracia Francesa, centro-direita).
A RPR tem 20 membros no governo, contra 18 da UDF. Os quatro restantes não pertencem a nenhum partido.

Próximo Texto: Cúpula visa público europeu
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.