São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995 |
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Cúpula visa público europeu
MARY DEJEVSKY
A viagem teve o objetivo de impressionar franceses, alemães e seus demais parceiros na Europa. O fato de ter acontecido em solo francês foi um sinal de que a França de Chirac não vai ser posta de lado por sua vizinha mais forte. Na quarta-feira, surgiram especulações de que Chirac poderia discutir, durante o encontro, a possível redução do valor do franco em relação ao marco alemão e a revisão do cronograma de introdução de uma unidade monetária européia. O governo negou a especulação, que fez cair o franco. Durante a campanha eleitoral, Chirac insistiu que não mudaria a política de ``franco forte" nem o apoio de seu país à adoção da moeda européia, ainda que sentisse que 1999 é um prazo mais plausível do que o projetado, 1997. Alguns analistas acreditam, entretanto, que a meta estabelecida por Chirac de reduzir o desemprego é incompatível com manter o franco na sua cotação atual, e que se um dos dois tiver que ser sacrificado será o franco. Ele viveu, na campanha, o dilema entre manter as tradições francesas ou buscar uma Europa unida. Os dois mais importantes membros da campanha de Chirac, Alain Juppé, agora primeiro-ministro, e Philippe Séguin, que permanece como presidente da Assembléia Nacional, tinham visões diferentes sobre o tema. Juppé é partidário da Europa unida. Séguin fez campanha contra a adesão da França ao Tratado de Maastricht (que impôs as atuais regras da União Européia) e acredita que os problemas domésticos devam ser prioridade. Ainda que Juppé tenha sido escolhido primeiro-ministro, a política externa é tradicionalmente uma área na qual o presidente desempenha o principal papel, e a campanha de Chirac teve um forte conteúdo nacionalista. O simbolismo da viagem de Chirac a Estrasburgo foi quase tão importante quanto o conteúdo das discussões. Antes de encontrar Kohl, o francês fez uma breve visita ao Parlamento Europeu. Não foi simples cortesia, mas uma forma de sublinhar o empenho da França em ocupar lugar na União Européia. Texto Anterior: Chirac nega recuo francês na UE Próximo Texto: Kinkel renuncia a liderança liberal Índice |
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