São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995
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Dão palpite no trabalho

DA REPORTAGEM LOCAL

Ouvir a mulher opinar sobre qual a maneira ideal de lidar com o chefe deixa os homens loucos.
"Minha namorada acha que eu não sei me impor e vive dando conselhos de como eu devo conversar com meu chefe. Às vezes ela até tem razão, mas fico irritado e nem sei explicar por quê", diz o bancário André Luís Pimentel, 26.
O relações-públicas Paulo César Cerqueira, 27, foi mais além na ``birra" e chegou ao extremo de proibir que a mulher desse "dicas" de como ele deveria atuar profissionalmente.
"Para ela, que está de fora, tudo parece simples e fácil de resolver. Mas só eu que estou lá dentro sei como as coisas são complicadas. Como vivíamos discutindo por causa disso, decidimos baixar uma lei: nem eu dou palpite no trabalho dela, nem ela, no meu."
O bluesman André Christovam, 36, não admite qualquer interferência -de mulher ou namorada- em seu trabalho. ``Me incomodaria a um ponto, que a convivência seria intolerável", diz.
Separado há um ano, ele diz que criou uma tática para evitar os palpites. "Eu não participo nada para a outra pessoa. Também não dou a menor importância à opinião dos outros. Como alguém que não tem a mesma visão artística que eu pode palpitar?"
Já o engenheiro civil Marcelo Cardoso de França, 33, diz que deixa a mulher dar todos os conselhos que quiser.
"Ela adora falar, mostrar que está participando da minha vida em todos os campos. Só que ela não entende nada de construção. Então eu finjo que presto atenção e depois esqueço tudo."

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