São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995
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'Tirava fotos de tudo na casa'

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

Com base em uma denúncia anônima, provavelmente de um vizinho, a polícia bate à porta de Pedicini às 16h30 do dia 11 de abril de 94, exibindo um mandado de busca e apreensão rasurado.
Dentro da casa, o delegado Jorge Carrasco, assistente de Carvalho que faz a busca, acha o ``material pornográfico" que justifica a prisão em flagrante: 176 fotos, entre as quais 38 de crianças nuas.
Onze delas foram tiradas na piscina da casa de Pedicini e mostram crianças nadando ou posando, de maneira infantil, para o fotógrafo.
Pedicini diz que fotografava ``tudo" que acontecia em sua casa: festas juninas, Ano Novo, crianças brincando de roupa e, em três ocasiões, crianças sem roupa.
As demais fotos de crianças nuas foram tiradas numa praia de nudismo em Nova Jersey.
A prisão em flagrante só será relaxada por Galvão Bruno nove dias depois, após o juiz analisar, entre outros documentos, um abaixo-assinado de 86 moradores, entre adultos e crianças, afirmando que frequentam a casa de Richard Pedicini e desconhecem qualquer atitude que possa incriminá-lo.
Ao longo do inquérito, 38 pessoas, entre crianças e adultos, depõem e repetem elogios a Pedicini perante o delegado Carvalho.
Ao pedir o arquivamento, a promotora Vera Martins Barretto acrescenta, sobre as fotos, que ``nenhuma pode ser classificada como obscena ou licenciosa."

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