São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995
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'Imprensa cometeu um crime'

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

Richard Pedicini se considera vítima não apenas de um erro policial, como do que chama de um ``grosseiro crime de imprensa".
Entre as coisas ditas na TV ou escritas em jornais ou revistas sobre Pedicini, ele destaca:
1. ``Falaram que eu estava junto com duas crianças na hora em que a polícia chegou. Elas estavam jogando pingue-pongue e eu estava a mais de 50 metros delas."
2. ``Escreveram que a minha casa foi reconhecida por duas crianças da Escola Base. Mentira."
3. ``Sempre falavam que eu tinha mais de 100 fotos de crianças nuas na minha piscina. São 11. Faz toda a diferença. Você consegue imaginar alguém anunciar na TV que um americano foi preso com 11 fotos de crianças nuas?"
4. ``Disseram que havia estúdio fotográfico em casa. Nunca tive."
5. ``Eu tinha cinco anos de vistos válidos. O último estava expirado há três semanas. Falaram que eu estava sem visto há três anos."
6. Algemado, Pedicini diz, com forte sotaque, que está desempregado. ``Desemprêgádo?", repete o repórter de TV que o entrevista, imitando o sotaque do preso.
7. No mesmo programa, uma repórter diz que Pedicini pode não ter ligação com a Escola Base, mas ``com certeza está envolvido em algum caso de abuso sexual".
No início de dezembro último, a Folha promoveu um seminário para analisar a cobertura jornalística do caso da Escola Base.

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