São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995
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Gestão acaba com ação de políticos

LUÍS CURRO
DA AGÊNCIA FOLHA

Mau gerenciamento e ingerência política foram os dois maiores responsáveis pelos constantes déficits registrados pela Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista) durante seu período como empresa estatal.
A afirmação é do atual presidente da empresa, Marcus Tambasco, 52, que assumiu seu comando após a privatização, em 20 de agosto de 1993.
Ele veio da Usiminas, siderúrgica estatal privatizada em 1991, onde iniciou carreira em 1967. Deixou o cargo de diretor industrial da Usiminas para assumir a presidência da Cosipa, localizada em Cubatão (SP).
``Encontramos a Cosipa com um parque industrial completamente destruído", disse Tambasco. ``Os equipamentos não estavam em condições de continuar em funcionamento; eles (as diretorias anteriores) pararam de fazer a manutenção".
O péssimo estado dos equipamentos era apenas um dos fatores que ocasionavam seguidos prejuízos financeiros à Cosipa. Para Tambasco, também faltavam experiência e profissionalismo aos dirigentes.
``Na Usiminas, mesmo antes da privatização, havia pouca ou nenhuma ingerência política. Já na Cosipa, isto sempre existiu", disse. ``Era constante a indicação de diretores de fora do ramo e com outros interesses."
Tambasco acredita que também faltava à Cosipa ``a implantação de uma cultura empresarial e técnica". Só agora há um projeto que ele considera ``sério" para treinamento de pessoal.
A empresa fechou 1993 com um prejuízo de US$ 579 milhões. Em 1994, já privatizada, teve um lucro líquido de US$ 45 milhões.

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