São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995
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México defende Brasil no Nafta

FLAVIO CASTELLOTTI
DA CIDADE DO MÉXICO

``Grande parte do êxito do processo de integração do continente americano estará assegurada se o Brasil decidir incorporar-se com entusiasmo."
A opinião é de José Angel Gurría, ministro das Relações Exteriores do México. Gurría, que estará no Brasil, em visita oficial, nos dias 25 e 26, vê como ``natural" a adesão de países sul-americanos ao Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte, que reúne Canadá, EUA e México), seguindo o exemplo chileno.
Independentemente disso, considera de suma importância o estreitamento das relações entre México e Brasil.
Em 1994, o fluxo de comércio entre os dois países foi de US$ 1,58 bilhão, com superávit de US$ 829 milhões para o Brasil.
Em 1984, o volume de intercâmbio era exatamente a metade e o Brasil era deficitário em US$ 331 milhões.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista de Gurría à Folha, na qual ele considera que há progressos na questão dos rebeldes zapatistas.
*
Folha - Há um sentimento de que o México virou as costas para a América Latina ao ingressar no Nafta. Como o sr. vê essa questão?
José Angel Gurría - É preciso dissipar essa percepção errônea de que o Nafta implica um distanciamento entre o México e a América Latina.
Antes mesmo de o Nafta entrar em vigência, já havíamos firmado acordos de preferências comerciais com Chile, Colômbia, Venezuela e Costa Rica.
O México continua muito orgulhoso de sua ``latino-americanidade". Porém, uma maior aproximação com os Estados Unidos é inevitável, dadas as condições naturais e geográficas que nos unem.
Folha - As cifras do comércio internacional mexicano mostram, porém, um vínculo pequeno com os países latino-americanos. Por quê?
Gurría - Eu acredito que o comércio entre os países latino-americanos irá aumentar muito nos próximos anos.
Anteriormente não havia condições necessárias para uma maior integração entre os países.
Hoje, todos temos baixa inflação e processos de desregulamentação comercial e privatização em andamento.
Se avançou muito nos últimos anos. No caso do Chile, com quem o México assinou acordos de livre comércio vigentes há três anos, o fluxo aumentou 300%.

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