São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995 |
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"Todo ator deve resistir à tirania dos diretores" Curso dá orientação psicológica a quem ingressa na carreira ARMANDO ANTENORE
``Só quem conhece profundamente a própria alma tem condições de representar", defende o professor. ``Sem o autoconhecimento, ninguém consegue se expor com tranquilidade. Nem arranca de si as emoções necessárias para incorporar personagens." A aluna Ana Paula Arosio concorda. Em uma cena de ``Éramos Seis", a modelo precisou beijar o ator Jandir Ferrari. ``Travei", relembra. ``Não tinha nada demais naquele beijo, mas fiquei gelada. Hoje, depois das aulas com Beto, me entendo melhor. Se a timidez pintar de novo, saberei como driblá-la." Silveira trabalha em parceria com o psicólogo mineiro Gabriel Campelo, 42. Juntos, repetem exaustivamente quatro conselhos para os alunos: 1 - Tire prazer da profissão. Não se preocupe com sucesso ou fracasso, porque ambos se alimentam do medo. ``Quem subiu teme descer. Quem ainda não decolou teme permanecer onde está", explica Campelo. 2 - Evite levar para fora do palco emoções que viveu em cena. Quando dispõe de boa formação, o ator nunca se confunde com o personagem. 3 - Não se torture caso tenha inveja de algum colega. É um sentimento como outro qualquer. Tente descobrir o que o provocou e cuide para não usá-lo contra ninguém. 4 - Não se submeta à tirania de diretores e produtores. ``Conheço atores que, em nome de um pretenso realismo, aceitam ordens absurdas", conta Campelo. ``Ferem-se durante a cena ou se expõem mais que o necessário." Texto Anterior: SBT rende-se ao professor que transforma modelo em atriz Próximo Texto: O que os artistas pensam de Beto Silveira Índice |
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