São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995
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Miss em novela salva casamento

ARMANDO ANTENORE
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto trabalhou na Globo, Beto Silveira colecionou histórias indiscretas sobre jovens que sonhavam com a carreira de atriz. Concordou em contá-las, mas sem revelar nomes.

A miss
- Só você pode salvar meu casamento.
Quando entrou na sala da direção, Beto Silveira já imaginava que iria escutar algo do gênero.
O executivo da Globo, um homem de meia-idade, acabara de se casar com a miss mais cobiçada do momento.
- Você entende, Beto? Minha mulher resolveu virar atriz e me pediu ajuda. Pensa nisso o dia inteiro. Será que você poderia orientá-la?
Claro, claro. A moça frequentou algumas aulas de interpretação, fez caras e bocas, falou mansinho e acabou participando de uma novela. Papel pequeno, talento idem, não decolou.

A capa de revista
Era escultural, tinha pouco mais de 20 anos e aparecera nua na capa de uma revista masculina. Trazia um bilhete dentro da bolsa.
Gentil, entregou-o para Beto Silveira. O texto, embora conciso, não deixava dúvidas:
``Querido Beto, com certeza você ajudará a menina. Estou errado?"
Um diretor, que Silveira não conhecia pessoalmente, assinava o papel.
Dias depois, a moça fez um teste de interpretação. Não se saiu bem.
Silveira passou o resultado para o diretor:
- A menina ainda está muito verde.
- Tratemos de amadurecê-la, Beto. Você vai dar algum curso fora daqui nas próximas semanas?
- Vou. Em Porto Alegre, depois de amanhã. A duração é de dez dias.
Passagem nas mãos, despesas de hotel pagas, a moça voou imediatamente para o Rio Grande do Sul.
Só frequentou metade das aulas. Preferiu badalar pela noite gaúcha.
No fim do curso, submeteu-se aos testes obrigatórios. Silveira os gravou em uma fita de vídeo.
Assim que desembarcou no Rio, mostrou o ``tape" para o diretor.
- Você tinha razão, Beto. A moça está mesmo verde.

A saia
A garota de 11 anos queria ingressar no elenco de um programa infantil. Foi à Globo e fez um teste.
Beto Silveira chamou a mãe da menina para lhe comunicar o resultado.
Antes de ouvir qualquer coisa, a mulher perguntou:
- Minha filha levantou a saia?
- Como assim?, estranhou Silveira.
- É, a saia. O senhor sabe: se precisar, a menina levanta.
Não precisou.

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