São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 1995
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ENTENDA O GOLPE DO CARRO DIPLOMÁTICO

O negócio
A Polícia Federal (PF) apreendeu 11 carros importados por embaixadas e que foram vendidos a terceiros com isenção total de impostos e preços abaixo dos que são cobrados no mercado. A Receita Federal da 1ª Região (Centro Oeste) apreendeu cinco carros nas mesmas condições

Sonegação
Quem adquire os carros não declara o valor no IR (Imposto de Renda) porque os carros continuam em nome dos funcionários das embaixadas ou dos diplomatas.
Alguns carros importados circulam há mais de cinco anos com placas de missões diplomáticas para que o verdadeiro dono não seja obrigado a declarar IR

Livres de IPVA
Enquanto os documentos estão no nome do funcionário da embaixada, os veículos são isentos de IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) e não pagam multas de trânsito, conforme a Convenção de Viena

O intermediário
A intermediação seria feita pelo empresário brasiliense Valmir Amorim, conforme documentos apreendidos em seu escritório em Brasília pela Polícia Federal

Assinatura "em branco"
Os funcionários das embaixadas assinavam em branco os pedidos de autorização para importar veículos, que eram encaminhados ao Ministério das Relações Exteriores. Antes disso, Amorim já havia encontrado um cliente para o automóvel

Propinas
Pelas anotações nos cadastros apreendidos no escritório de Amorim, o valor da propina paga aos funcionários das embaixadas oscilava entre US$ 4.000 e US$ 10 mil. O preço dos carros variava entre US$ 40 mil e US$ 100 mil, valores que um funcionário responsáveis pela parte administrativa não teria como desembolsar

200 Carros
Todos os funcionários de missões diplomáticas no Brasil têm o direito de importar automóveis com isenção do Imposto de Importação. Hoje, o imposto é de 70% sobre o valor do veículo. A PF tem indícios de que 200 carros entraram no país por meio das das embaixadas e depois foram vendidos para terceiros

PF E RECEITA APREENDERAM
16 carros importados por diplomatas estrangeiros

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