São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 1995
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Promotor denuncia acusados de escuta

CLAUDIO JULIO TOGNOLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O promotor Marco Antonio Ferreira Lima denunciou, no final de semana, sete funcionários do grupo norte-americano Philip Morris.
Eles são acusados de violação de sigilo telefônico, constrangimento ilegal e manutenção de cárcere privado contra três executivos do grupo.
A denúncia ocorre quando o Ministério Público considera ter provas suficientes para remeter à Justiça, pleiteando condenação.
O promotor Marco Lima também ofereceu denúncia contra os detetives particulares Francisco Assis Barros e Valdir dos Santos. São acusados de extorsão e violação de sigilo telefônico.
A história começou no dia 3 de maio, quando o delegado Mauro Marcelo, do 89º Distrito Policial (zona sul), prendeu em flagrante o detetive Valdir dos Santos.
O detetive tentava extorquir R$ 14 mil dos executivos Antonio Ferreira, Isael Pinto e José Martinho, da empresa de alimentos Q-Refresco (grupo Philip Morris).
O agente queria vender aos executivos 50 fitas cassete, em que eles apareciam conversando.
O agente disse à polícia ter sido contratado pela Philip Morris para instalar escuta ilegal nos telefones.

Outro lado
O grupo norte-americano acusa os executivos de praticarem a venda de segredos industriais. Mas sustenta que a escuta era legal.
``A escuta instalada tinha autorização judicial. Os executivos saíram todos ao mesmo tempo da empresa, para abrir negócio semelhante ao da Q-Refresco. Suspeitamos que vazavam nossos segredos", disse à Folha o advogado da Philip Morris, Clodoaldo Celentano.
Celentano informa que um outro inquérito policial, tocado pelo 96º Distrito Policial (zona sul) a pedido da Philip Morris, apura a suposta espionagem praticada pelos executivos demitidos.
Na esfera policial, o caso tem agora dois inquéritos. No 89º DP, apura-se a suposta escuta ilegal praticada pela Philip Morris; no 96º DP, o delegado Romeu Tuma Jr. investiga a suposta venda de segredos industriais -que segundo a Philip Morris foi praticada pelos executivos tão logo se demitiram da Q-Refresco.
Hoje o promotor Marco Lima vai requerer de Tuma Jr. as investigações já realizadas sobre os executivos demitidos pela Philip Morris.

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