São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 1995
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Ações da Petrobrás PN derrubam Bolsas

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A greve dos petroleiros e as taxas de juros provocaram queda nas cotações das ações da Petrobrás PN nas últimas duas semanas.
As ações da Petrobrás PN (preferenciais nominativas) tiveram um recuo de 2,69% em suas cotações desde o último dia 5. As ações preferenciais não dão direito a voto nas Assembléias, mas são as mais negociadas. Os papéis são nominativos, pois o investidor precisa registrar seu nome como acionista na companhia.
A forte presença das ações da estatal nos pregões derrubou o índice da Bolsa paulista que caiu 1,45% no período.
Os investidores começam a se preocupar com os efeitos da greve sobre produtos derivados de petróleo, como a indústria do plástico. Após crescimento expressivo no ano passado por causa do Plano Real, houve uma perda do fôlego da indústria desde o último mês de março.
Rui Chammas, gerente de plásticos da Rhodia, diz que o faturamento estava crescendo 20% a partir do segundo semestre de 94 até o primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior, mas se estagnou a partir de março. É que os juros altos passaram a segurar a atividade. Segundo ele, a instabilidade de curto prazo não influenciou a decisão da Rhodia de investir US$ 2,5 milhões em ampliação da produção de plásticos em São Bernardo do Campo (SP).
Armando de Toledo, diretor da corretora Magliano, diz que as indústrias de plástico (derivado de petróleo) tiveram excelente desempenho em 94, mas suas ações ainda possuem pouca liquidez (ou seja, o investidor tem dificuldade tanto para comprar como para vender os papéis).
Toledo observa que algumas empresas do setor apresentam boas perspectivas a longo prazo. A Oxiteno, do grupo Ultra, por exemplo, teve crescimento de 14% nas vendas em 94.
Erivelto Rodrigues, diretor da consultoria Austin Asis, diz que análise de oito grandes empresas petroquímicas e de plástico com ações em Bolsa mostra que em 94 houve recuperação nos resultados com a redução no endividamento e aumento nas vendas.
O ganho das empresas (lucro líquido) em relação ao dinheiro aplicado na produção (patrimônio) no setor foi de 4,8% em 94, contra 6% de juros das cadernetas de poupança. No ano anterior, cinco das oito empresas analisadas haviam registrado prejuízos (perdas).

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