São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Amorim perde jogo sem gritar

SÉRGIO TEIXEIRA JR.
EDITOR-ADJUNTO DE EXTERIOR

A tarde esfriou e o jogo esquentou, mas os invariáveis 17 graus do termômetro do placar do Pacaembu pareciam marcar a temperatura do técnico do Corinthians, Eduardo Amorim.
Em seu conjunto esportivo e tênis pretos, ele saiu do buraco chamado banco de reservas apenas dez vezes -incluindo uma vez para o intervalo, uma para o tempo técnico e uma no fim do jogo.
Não gritou com os jogadores, não reclamou, não ficou andando de um lado para o outro. Exatamente o contrário do que fez seu adversário, o também ex-jogador Márcio Araújo -que nem efetivado no emprego está.
O estilo Amorim é o mesmo do ex-jogador que a torcida conhecia como Eduardo, bicampeão paulista em 1982-83.
Enquanto a torcida comemorava a marcação do pênalti sobre André Santos, ele dava instruções ao zagueiro Henrique.
Mais tarde, o meio-campista Souza seria expulso por fazer uma falta violenta em Amaral.
Amorim definiu diplomaticamente o lance: ``Ele levou uma falta dura, mas jamais poderia revidar".
Segundo tempo. O único movimento de Eduardo foi o dos olhos, acompanhando o veloz e mortal contra-ataque do Palmeiras: 3 a 1.
O juiz anulou gol legítimo de Bernardo. Jogadores e torcedores corintianos foram à loucura, Amorim permaneceu calmo.
Nada o abalou. Perto do fim do jogo, as organizadas corintianas começaram a xingá-lo e a pedir sua saída.
No caminho do vestiário, todas as entrevista foram sobre sua permanência no cargo. Repetiu um dos maiores chavões do mundo futebolístico brasileiro, mas que parece ser sua filosofia de trabalho: ``Precisamos manter a tranquilidade".

Texto Anterior: Corinthians culpa expulsão por derrota
Próximo Texto: Márcio Araújo vence jogo em pé
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.