São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 1995 |
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Mulheres sacodem a China com rock
JAIME SPITZCOVSKY
Mas os teens chineses, com cabeça mais aberta do que os pais conservadores, engrossam as fileiras dos fãs do Cobra. ``Gosto de rock e o som delas é muito bom", diz o estudante Li Guoshing, 17. ``Somos modernas para nossa cultura chinesa", se orgulha a tecladista Yu Tin, 30. Quem se aventura a ver um show das meninas do Cobra tem a chance de ouvir um cardápio de músicas em inglês, que podem ser do The Cure ou do Talking Heads, e de canções em chinês, como o sucesso principal da banda, que se chama ``Meu Paraíso". As letras falam de ``problemas existenciais", segundo Yu Tin. ``Nada de política", afirma ela. ``Nosso estilo mistura de tudo um pouco, rock, blues, reggae", conta a tecladista. Só não damos chance para o heavy metal". Nem para a tradicional música chinesa. O rock engatinha na China. O Cobra só tem CD lançado na Alemanha, pelo selo de uma pequena gravadora chamada ``Network". Fica difícil medir o sucesso das estrelas pela venda de discos. Melhor sinal de bons ventos é checar se os shows aparecem com casa cheia e isso o Cobra tem colecionado desde sua formação em 1989. Em 93, 18 mil pessoas lotaram o Ginásio Capital de Pequim. Nesse ano, 10 mil chineses se apertaram para vê-las na cidade de Nanjing (leste da China). Também foram à Holanda, Suíça e Alemanha. Até a conservadora imprensa chinesa, controlada pelo governo mal-humorado, reconheceu o mérito do Cobra. E neste mês, o ``Diário da Juventude da China" abriu suas páginas para as integrantes: Xiao Nan (vocalista, 30), Wang Xiaofang (baterista, 31), Suo Yi (contrabaixo, 32) e Lin Xue (sax, 26), além de Yu Tin. Próximo Texto: País vive era de mudanças Índice |
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