São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 1995
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País vive era de mudanças

DE PEQUIM

Ao se tirar a radiografia da China, uma estatística salta aos olhos: ela é o país mais populoso do planeta. Dentro de suas fronteiras vivem 1,2 bilhão de habitantes, cerca de um quinto de toda a população mundial.
Além desse mar de pessoas, a China dos anos 90 chama atenção pelo acelerado desenvolvimento econômico. O país passa por reformas que introduzem o capitalismo, mas o Partido Comunista ainda está no poder.
Como entender essa bagunça, se o comunismo surgiu como uma idéia disposta a enterrar o capitalismo?
Uma rápida marcha à ré na história da China ajuda a desvendar o mistério.
Em 1949, os comunistas, liderados por Mao Tse-tung, chegaram ao poder. Eles definiam o capitalismo como a exploração dos trabalhadores pelos patrões e prometiam acabar com essa situação.
No poder, Mao instaurou uma ditadura. Na vida política, podia existir apenas o Partido Comunista, que controlava a vida econômica e cultural. Na economia, conforme as idéias comunistas, o Estado (governo) tomaria conta de tudo, substituindo os empresários.
O esquema fracassou e a economia da China começou a naufragar nos anos 60 e 70. Os comunistas viram que era preciso mudar o rumo.
Em 1978, dois anos depois da morte de Mao Tse-tung, o novo dirigente chinês Deng Xiaoping, deslanchou as reformas que buscam revitalizar a economia. E o plano significa simplesmente reintroduzir o capitalismo na China. Ou seja, permitir que voltem a existir empresários no país.
A economia capitalista convive com os comunistas no poder. Eles exercem, por exemplo, censura na atividade cultural, na imprensa e não realizam eleições livres e democráticas.
Esse esquema capitalista-comunista adiciona-se à extensa lista de invenções e descobertas chinesas. Entre suas contribuições estão, por exemplo, a pólvora, a técnica de empinar papagaio e uma rica literatura.
Os primeiros registros escritos da civilização chinesa apareceram há cerca de 3.800 anos. Além de uma história milenar, não dá para esquecer sua exótica culinária. Quase qualquer animal pode virar um prato: escorpião frito, sopa de cachorro ou assado de cobra.

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