São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 1995
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Jovem chinês gosta de Rambo e Jackson

Namoro começa mais tarde entre os teens chineses

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

Pingue-pongue, fliperama, vídeos do rambo e o som de Michael Jackson compõem a lista dos divertimentos preferidos por Xiao Yi, 15. Com um leque de opções como esse, com música e filmes do Ocidente, Xiao Yi se diferencia bastante da geração de seu pais.
Eles estudaram e cresceram nas décadas de 60 e 70, quando a China dificultava o contato com culturas estrangeiras. O país se isolava com medo de supostos inimigos externos.
Xiao Yi, por enquanto, não quer saber de complicações históricas. Está mais preocupado com os computadores: ele cursa o primeiro ano de uma escola técnica (profissionalizante) especializada em informática.
Duas ou três vezes por semana, depois da aula, Xiao Yi vai ao fliperama. As máquinas vieram do Japão e seu jogo predileto é o futebol. ``Gasto umas cinco ou seis fichas e cada uma custa 0,5 yuans (US$ 0,06)", conta ele.
No pingue-pongue, Xiao Yi bate seus próprios recordes. Ele já ficou jogando quatro horas seguidas, sem intervalo. ``Mas só posso fazer isso aos sábados ou domingos", afirma.
Segundo Xiao Yi, o interesse pela informática e jogos eletrônicos veio pelo estímulo do pai, que é engenheiro. ``Ele sempre me ajuda na hora de fazer a lição de casa", conta.
Para relaxar, depois de trabalhar com o computador em casa, Xiao Yi também recorre à leitura. Ele gosta de mergulhar nas novelas de kungfu, um tipo de luta oriental.
Xiao Yi não tem namorada. ``Na minha classe ninguém namora ainda", diz. ``Acho muito cedo, mas pelo que ouvi dizer, em outros países isso começa mais cedo. O Brasil é assim?", pergunta ele.

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