São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 1995 |
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Governo chinês tem revista para adolescentes
JAIME SPITZCOVSKY
Existem 50 milhões de estudantes chineses nessa faixa de idade. Mas a revista sai a cada mês com um tiragem de apenas 200 mil exemplares, insuficiente para atingir todo seu público potencial. Capa colorida, sempre com a foto de um sorridente estudante, a publicação pertence à Juventude Comunista, ou seja, ao governo. Assim, não há espaço para um amplo debate de idéias, já que sempre prevalece o ponto de vista do governo. A revista pretende ser um guia para a ``educação" dos jovens chineses. Mostra, por exemplo, a vida de ``modelos de comportamento", como estudantes talentosos ou jovens que se destacaram por diversos motivos. A edição de maio traz a história de um estudante que evitou uma tragédia no prédio, ao descobrir e consertar um vazamento de gás de cozinha. Ao lado da reportagem, dicas de como enfrentar uma situação semelhante. Há coluna sobre computadores, artes, seção de cartas, poemas, piadas e invenções. Mas quase nada sobre rock, apenas umas notas de vez em quando. A revista não dedicou uma linha ao show que o grupo Roxette fez em Pequim no começo deste ano. Nas páginas de ``Estudantes da Escola Média" também não aparecem reportagens sobre temas ``quentes", como drogas ou sexo. Na China, a tradição conservadora manda evitar os ``assuntos mais delicados". O correio chega todo dia à redação com uma média de 50 cartas de leitores. Há dias em que chegam até cem cartas , uma verdadeira avalanche de reclamações, sugestões e perguntas. Dez jornalistas selecionam os textos mais interessantes para publicar na revista. Texto Anterior: Jovem chinês gosta de Rambo e Jackson Próximo Texto: CD pirata custa US$ 2 e inunda ruas de Pequim Índice |
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