São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 1995
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Van Sant vai a Hollywwod

AMIR LABAKI
DO ENVIADO ESPECIAL A CANNES

Gus Van Sant, o cineasta ``cult" independente de ``Drugstore Cowboy" e ``Garotos de Aluguel", desembarca em Hollywood com o filme ``To Die For" (Morrer Por), exibido na madrugada de ontem na seleção oficial, mas fora da competição.
Van Sant levou a turma toda, de seu astro Matt Dillon ao irmão de outro (Joaquin Phoenix, pouquíssimo parecido com o finado River), de seu fotógrafo (Eric Alan Edwards) ao montador (Curtiss Clayton). Justa prova de força.
Pena que não deu muito certo. ``To Die For" é desses filmes que todo mundo chama de ``simpático". Parte de um roteiro do tarimbado Buck Henry (``The Graduate") para o romance homônimo de Joyce Maynard.
Nicole Kidman (muito mais atriz do que seu marido, o ator Tom Cruise) estrela como uma jovem classe média do interior obcecada por se tornar uma estrela de TV. Barbara Walters é sua deusa.
Recorrendo à estrutura do documentário falso, ``To Die For" acompanha sua ascensão e queda.
O filme começa divertido. Kidman defende-se bem como uma arrivista de desenho animado. O estilo TV-verdade começa embalado. Mas cansa.
Cinco minutos e já se sabe de tudo. Nada se desenvolve. O discurso politicamente correto contra a ``mídia" se repete.
Gus Van Sant é talentoso. Encontra um belo plano final. Recupera parte da platéia. Poderia não tê-la perdido. ``To Die For" poderia ser um belíssimo curta.
(ALk)

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