São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 1995 |
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Coleção brasileira vira livro
LUIZ ANTÔNIO RYFF
O acervo pertence a Carlos Leal, 38, proprietário da editora Francisco Alves. Sua coleção começou há dez anos, com um retrato de Santos Dumont que ganhou de presente. Ele também tem uma foto do outro brasileiro retratado por Nadar: D. Pedro 2º, que, no exílio, frequentou o ateliê do fotógrafo. A maior parte do acervo de Leal é de retratos de artistas importantes da segunda metade do século 19: de escritores como Guy de Maupassant, Flaubert, Émile Zola, os dois Alexandre Dumas -pai e filho-, Baudelaire e Georges Sand. ``Nadar viveu em uma época em que Paris era a capital do mundo e era amigo dos intelectuais e artistas. Hoje não se conheceria a cara de muitas pessoas importantes se não fosse ele", diz Leal. Para formar sua coleção, Leal conta com informantes em Paris e Nova York, que avisam sempre que encontram um item raro. Ele também adquiriu o hábito de entrar em cada sebo que encontra em suas viagens ao exterior. ``É preciso bater perna", explica. Desta forma conseguiu pechinchas. Em Barcelona, adquiriu um retrato por US$ 50. Mas é exceção. Os preços têm subido, e algumas fotos saem por milhares de dólares em leilões. Leal, contudo, se recusa a falar em preços. Só diz que o item mais valioso de sua coleção é um retrato de Baudelaire. Ele compara sua coleção a um álbum de figurinha. Viaja este mês para Nova York, onde três retratos o esperam. Mas, atualmente, Leal está atrás de outras três fotos: do escritor Julio Verne, do desenhista Caran D'Ache e do pintor Monet. O livro terá textos do colecionador Gilberto Chateaubriand, do fotógrafo Pedro Vasquez, do livreiro Pedro Corrêa do Lago e do diplomata Joaquim Paiva. Texto Anterior: NY encontra o ladrão de almas Félix Nadar Próximo Texto: Conheça os personagens Índice |
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