São Paulo, terça-feira, 23 de maio de 1995
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Partido só acredita em acordo no tribunal

CARLOS EDUARDO ALVES
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Os parlamentares do PT que tentam negociar uma solução para a greve dos petroleiros acreditam que só um acordo político com o TST (Tribunal Superior do Trabalho) poderá superar o impasse.
A solução -ou esperança- do PT é que, ao julgar o recurso dos petroleiros contra a decisão que considerou a greve abusiva, o TST recomende ao governo que honre o acordo desenhado no ano passado entre a categoria e então presidente Itamar Franco.
Os líderes grevistas, depois de justificarem inicialmente o movimento como um ato contra a reforma constitucional, alegam agora que o movimento é causado pelo não-cumprimento de acordo salarial feito com o governo anterior.
``Se o parecer encaminhado ao TST apontar pela abusividade da greve e também recomendar o cumprimento do acordo anterior, na prática haverá um chamamento para o entendimento", disse o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), um dos negociadores do partido.
A solução imaginada por Suplicy pressupõe que o TST reafirmará a abusividade da greve e que os petroleiros acatarão a decisão.
Por sua vez, o governo FHC acenaria com a possibilidade de negociar salário com a categoria, já que o tribunal recomendaria a reabertura do diálogo.
Suplicy diz acreditar que os petroleiros aceitariam esta solução, negociando depois as demissões.
No PT o acordo via TST é visto com ceticismo, pois o tribunal teria que fazer um malabarismo retórico para justificar a mudança de posição em curto espaço de tempo.
A cúpula do PT acha que o impasse -radicalizado- pode se alongar. Lula não afirma em público, mas acha que faltou habilidade ao comando dos grevistas.

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